Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge (Crítica)

O Fim de Uma Lenda 

Por Louise Duarte

Antes de tudo é importante salientar que o espectador reveja os filmes anteriores da trilogia Batman dirigida por Christopher Nolan porque Batman Beggins e The Dark Knight completam esse terceiro filme. Sem contar que O Cavaleiro das Trevas Ressurge faz referências ao filme anterior então é importante assisti-los para entender melhor a história não só para refrescar a memória de quem já viu mas também para ajudar aqueles que estarão vendo pela primeira vez.

O filme começa oito anos depois da morte de Harvey Dent que morreu vítima de um acidente quando Batman tentava salvar o filho do comissário Gordon que era ameaçado pelo vilão conhecido como Duas Caras no final do filme. Batman, querendo salvar Harvey de ser tachado como vilão já que o Coringa acabou influenciando ele a se tornar um monstro depois do acidente que deformou seu rosto, assumiu a culpa pelo assassinato mesmo sabendo que seria perseguido pela policia e ser chamado de assassino. Oito anos se passaram e Batman continua em seu exílio. Ele pendurou a capa e parece que é o fim da carreira do cavaleiro das trevas. Mas não é só o herói que está sumido da vida noturna de Gotham. Seu alter ego, Bruce Wayne também não tem dado as caras. Nem para farrear como fazia antes. Isso gera uma preocupação no fiel mordomo de Bruce, Alfred já que seu patrão deixara de viver desde a morte de Rachel. Tanto como Batman assim como Bruce. 

Durante uma festa na mansão Wayne que nem assim consegue tirar Bruce de seu quarto, uma ladra conhecida como Selina Kyle rouba o colar de pérolas que pertenceu a mãe de Bruce além de suas impressões digitais. É o suficiente para tirar Bruce da toca e faze-lo voltar para a caverna do morcego para investigar sobre a misteriosa gatuna. Anne Hathaway ficou ótima como Selina Kyle (que não é em nenhum momento chamada de Mulher Gato) em uma interpretação diferente da de Michelle Pfeifer. Muita gente achava que ela não estaria a altura da personagem, mas a atriz provou que poderia fazer uma Selina diferente só que em vez de transformar sua personagem em louca, a Selina de Christopher Nolan é egoista e tem interesses próprios. As vezes ela pode decidir ajudar o Batman contanto que ela se beneficie de alguma maneira embora em certas situações ela acabe se traindo e ajudando o Morcego somente porque é o certo a fazer. A personagem está bem fiel a sua versão dos quadrinhos. As cenas de luta entre Selina e os capangas que ela enfrenta em busca de um aparelho chamado "Ficha Limpa" é de tirar o fôlego. Sem falar nas cenas dela pilotando a moto do Batman. Anne provou que deu conta do recado ao personificar a Mulher Gato moderna. 

O outro vilão do longa, acabou se tornando um dos vilões mais assustadores de todos os filmes do Batman feitos até agora. Muita gente também reclamaram da presença de Bane, o mercenário que pertenceu a Liga das Sombras interpretado por Tom Hardy que está completamente diferente de seu personagem em Guerra é Guerra por exemplo. O ator sofreu uma transformação física para entrar no personagem (talvez não tanto como Heath Ledger como Coringa e que acabou resultando em sua morte) e está bastante convincente especialmente nas cenas em que usa da sua crueldade para conseguir o que quer, deixando até Batman com receio de enfrentá-lo. 

Nesse filme, assim como nos outros filmes do Morcego, os vilões tem mais destaque que o próprio Batman que como estava em exílio aparece pouco no longa dando mais importância ao próprio Bruce Wayne do que ao herói. Bane como ele mesmo se define é um mal necessário e mostra isso claramente através de suas atitudes e violência quando ele invade um estádio de futebol americano e ameaça a todos com explosivos. Coringa tinha feito algo parecido no filme anterior mas não na mesma proporção que Bane que ameaça metade da cidade com seus explosivos. Coringa é homenageado nesse filme de uma maneira sutil que talvez só os fãs dos quadrinhos ou animações entendem a referência na cena em que o Doutor Crane está como Juiz condenando os cidadãos da cidade a escolherem sua própria sentença entre as opções dadas pelo médico louco. Uma cena parecida foi apresentada na série Batman Animated mas com o Coringa como juiz em vez do Espantalho. 

Outros destaques do filme vão para os veteranos atores Michael Caine que interpreta o mordomo Alfred e Morgan Freeman como Lucius. Caine consegue passar uma sutileza, emoção e preocupação com Bruce com tão pouco que é impossível não se emocionar com devoção de Alfred para Bruce que insiste que o patrão procure a felicidade quando o Batman finalmente se aposentar. Lucius também como sempre está ótimo, com suas respostas sarcásticas como aconteceu nos filmes anteriores. 

É recomendável assistir a esse filme mais de uma vez para poder absorver tanta informação em tão pouco tempo mesmo porque o filme tem 2 horas e 45 minutos. E se prepare porque uma surpresa no final deixa em aberto para possíveis continuações possam vir a acontecer mesmo que não tenham mais a direção de Christopher Nolan. 

O Cavaleiro das Trevas Ressurge estreia nessa sexta feira dia 27 de julho em circuito nacional com cópias exclusivas para o Imax.