quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Hitchcock (Crítica)

Hitchcock (Hitchcock, 2012) baseado no livro "Alfred Hitchcock and the Making of Psycho" escrito por Stephen Rebello que também roteirizou o filme mostra os bastidores das filmagens do filme Psicose (1960), maior sucesso de Alfred Hitchcock. O que pouca gente sabe é de como o diretor teve que lutar para conseguir colocar o filme nos cinemas já que muitos obstáculos surgiram desde de críticas negativas a escolha do projeto, o fato dele ter tirado dinheiro do próprio bolso já que nenhum outro estúdio queria arcar com as despesas achando que o filme seria um fiasco, sem contar os censores da época preocupados com as cenas de nudez e violência.


O filme foca não só nos bastidores do filme mas também no relacionamento de "Hitch" (Anthony Hopkins) como era carinhosamente chamado pelos amigos, com sua esposa Alma Reville (Helen Mirren) casada com o diretor por 30 anos e que era o seu braço direito na maioria dos seus projetos ajudando-o não só com os roteiros como também com a edição e até com a direção quando era necessário. Alma como seu próprio nome diz, era a alma dos filmes do diretor já que poucas pessoas sabiam que ela participava tão ativamente dos projetos do marido. Mas também sofreu por conta de cíumes por conta das famosas "Loiras de Hitchcock", as atrizes principais de seus filmes que eram em sua maioria loiras e que eram as verdadeiras musas inspiradoras do mestre do suspense.

Scarlett Johansson interpreta a atriz principal de Psicose, Janet Leigh (como Marion Crane) e James D'arcy o ator Anthony Perkins intérprete do psicopata Norman Bates que foi o maior sucesso da carreira do ator que chegou a estrelar três continuações baseadas no sucesso de Hitchcock sendo que uma delas foi dirigida pelo próprio ator.

O mestre do Suspense como era conhecido foi indicado cinco vezes ao Oscar de Melhor Diretor mas nunca ganhou nenhuma estatueta apesar de que seu filme Rebecca - A Mulher Inesquecível ter levado de Melhor Filme. Um dos maiores problemas com a censura de Psicose sem dúvida nenhuma foi com a cena do chuveiro que mostrava tanto nudez quanto violência. Foi por sugestão de Alma que o filme foi rodado em preto e branco para poder suavizar a cena do assassinato que gerou muita polêmica na época. A montagem do assassinato no chuveiro foi feita com rapidez, para que o público não tivesse certeza do que tinha acabado de ver. Quando a censura viu o filme, três inspetores viram nudez, e dois não viram. Pediram a Hitchcock que refizesse a montagem. Ele reenviou o filme sem nenhuma alteração, e os dois inspetores que não tinham visto nudez na primeira vez disseram que viram na segunda vez.

Outra grande ajuda que Alma deu a Psicose foi na trilha sonora. Inicialmente, a cena do chuveiro seria muda já que Hitchcock achava que o silêncio da cena já causaria o impacto necessário para uma das cenas clássicas do cinema. Sorte que Alma convenceu o marido a colocar a trilha presente na sequência deixando a cena ainda mais assustadora e impactante.

Anthony Hopkins encarnou bem o papel do diretor Alfred Hitchcock e o filme mostra como o próprio diretor era meio psicótico como os seus projetos. Tanto que imaginava o próprio Norman Bates em sua mente enquanto Psicose estava em fase de produção. Ele só contratou o ator Anthony Perkis não por ele ser um bom ator mas por ele ter um relacionamento parecido com a própria mãe. O processo de maquiagem de Hopkins durava somente 90 minutos para deixá-lo caracterizado como o diretor. Helen Mirren está ótima também no papel de Alma, tanto que foi merecidamente indicada ao Bafta desse ano. A frase "Por trás de um grande homem, há uma grande mulher" se define bem no filme. Scarlett Johanson foi uma boa escolha para para o papel de Janet Leigh embora a personagem não tenha nada de espetacular além de seu rostinho bonito. Já James D'arcy também está bastante parecido com Anthony Perkins e sua caracterização e interpretação ficou assustadoramente parecida com a do ator original.

O longa foi dirigido por Sasha Gervasi com roteiro de Stephen Rebello, o filme foi indicado a várias premiações incluindo Oscar de melhor maquiagem, BAFTA de melhor atriz para Helen Mirren entre outros. A trilha sonora de Danny Elfman homenageia a música original do filme criada por Bernard Herrmann. Apesar do compositor original ter servido de inspiração para Elfman, ele afirma que o longa tem sua própria identidade musical.

Hitchcock está sendo distribuido pela Fox Films e estreia no Brasil na próxima sexta feira, dia 01 de março.

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