domingo, 19 de maio de 2013

Faroeste Caboclo (Crítica)


Não tinha medo o tal João de Santo Cristo
Era o que todos diziam quando ele se perdeu
Deixou pra trás todo o marasmo da fazenda
Só pra sentir no seu sangue o ódio que Jesus lhe deu

Quando criança só pensava em ser bandido
Ainda mais quando com um tiro de soldado o pai morreu
Era o terror da sertania onde morava
E na escola até o professor com ele aprendeu

(Renato Russo)



É muito difícil adaptar uma obra baseada em um livro. Quando é baseada em uma música fica ainda mais complicado, afinal de contas como encaixar uma música de 3 a 4 minutos em duas horas de projeção?

Mas se essa música é Faroeste Caboclo que tem 9 minutos tudo muda de figura. O diretor René Sampaio tentou mostrar a música ganhar vida no filme e assim João de Santo Cristo, Maria Lúcia e Jeremias que são vividos por Fabrício Boliveira, Isis Valverde e Felipe Abib que formam o trio principal do filme.

Apesar de Maria Lucia só aparecer a partir do 3:41 minuto da música e Jeremias somente no sexto minuto, os personagens precisaram ser introduzidos antes para a história poder ser contada, afinal de contas, ambos os personagens são importantes na música e necessitavam ganhar mais espaço para ajudar a contar a trajetória do nosso anti-herói alem de mostrar seu relacionamento com o amor de sua vida e seu inimigo.

O filme mostra a tragetória de João de Santo Cristo (Fabrício Boliveira) que desde criança já tinha tendência a virar bandido quando presenciou o assassinato de seu pai e deixou sua cidade para tentar a vida em Brasília onde com a ajuda de um primo distante colombiano conhecido como Pablo, começou sua vida primeiro como carpinteiro para depois virar traficante visto que o negócio dava mais dinheiro.

Durante uma fuga da polícia local comandada pelo policial corrupto Marco Aurélio (Antonio Calloni), ele se esconde no apartamento da jovem Maria Lucia (Isis Valverde), estudante de arquitetura e com quem acaba se envolvendo em uma típica sindrome de estocolmo quando ele se esconde no quarto dela enquanto fugia do policial.

Um relacionamento que começou baseado no medo e desconfiança, acaba virando amizade e então amor. Maria Lúcia e João se tornam inseparáveis. Ela inclusive começa a levar o novo namorado para as festas que frequenta dos playboys de Brasília. É em uma dessas festas que ele conhece Jeremias, um dos traficantes locais que não gosta nada de saber que alem de estar roubando seus negócios, ele também está namorando a mulher pelo qual ele sempre foi apaixonado.

Um faroeste urbano bem típico de filmes do velho oeste americano incluindo o mais recente de Quentin Tarantino, Django, o filme tem tudo para agradar não só aos fãs da música de Renato Russo, mas também ao público fã do gênero faroeste.

Agora é esperar que alguém faça um filme de Eduardo e Monica, afinal essa música também daria um filme bem legal e a história já vem pronta como Faroeste Caboclo.

Faroeste Caboclo estreia em circuito nacional no dia 30 de maio e está sendo distribuido pela Europa Filmes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário