segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O Artista (Crítica)


Homenagem ao Cinema Mudo

por Louise Duarte

O Artista (2011) filme de produção francesa e belga e que foi o grande vencedor do Oscar 2012, tendo ganho cinco estatuetas das dez que estava sendo indicada incluindo filme, ator, diretor, figurino e trilha sonora. 


O filme que presta uma homenagem ao cinema mudo já que ele foi todo filmado tanto em preto e branco, como com a ausência de diálogos (exceto pelas cenas finais), conta a história de um ator do cinema mudo George Valentin (Jean Dujardin) que em 1927 é o grande astro de filmes mudos. O filme inicia seus créditos no estilo da década de 20 e é irônico que a primeira frase do filme é "Eu não posso falar", já que se passa de um filme mudo. 


Mas tudo muda com a chegada da atriz aspirante Peppy Miller (Bérenice Bejo) que graças a ajuda de George consegue pontas em alguns de seus filmes como figurante. Acontece também uma atração mútua entre os dois, mas eles não podem fazer nada a respeito já que George é casado, mas não deixa de flertar e ajudar a aspirante a atriz mesmo assim. 

Mas enquanto a carreira de Pepper começa a crescer e ela vai começando a ficar conhecida no cinema, a de George vai entrando em declínio com o fim do cinema mudo e o começo do cinema falado. A transição entre eles acaba deixando o ator na ruína já que ninguém mais quer assistir aos seus filmes e Pepper se vê obrigada a ajudá-lo, mesmo porque ela ainda é apaixonada pelo ator. 


Jean Jardin provou ser um ótimo ator mesmo sem falar nenhum diálogo, provando que um filme não precisa de efeitos especiais e a última palavra em tecnologia para ser bom. Se você tiver um elenco bom e um roteiro bem escrito assim como uma trilha sonora que se encaixe no contexto e na história do filme, já é suficiente para ter um filme de sucesso. Jean mereceu o Oscar de Melhor Ator que ganhou esse ano. George é ao mesmo tempo engraçado, romântico, trágico e  dramático. 

Bérenice Bejo foi uma escolha acertada para viver Peppy Miller. A atriz é divertida, engraçada e faz um contraponto interessante entre o drama vivido pelo personagem de Jardin quando sua carreira começa a decair. E não podemos esquecer outro astro principal do filme, Uggie o cachorro de George que tem uma importância tão grande no longa que ele até participou da cerimônia do Oscar. 

A trilha sonora de Ludovic Bource é perfeita e caiu como uma luva com o tema do filme. Não é a toa que venceu na categoria de melhor trilha sonora.  O figurino de Mark Bridges também levou o prêmio assim como a ótima
 direção de Michel Hazanavicius. 


Um fator interessante em relação aos concorrentes do Oscar em especial O Artista e A Invenção de Hugo Cabret que ambos prestam homenagens ao cinema, em especial ao cinema mudo, mas enquanto que Hugo Cabret usa da tecnologia 3D para contar sua história e fazendo um trabalho magnifíco dirigido por Martin Scorcese, O Artista faz algo bem mais simples apenas voltando aos primórdios do cinema e usando seu conhecimento sobre a época completando com figurino, fotografia, direção de arte e trilha sonora. Não é a toa que o filme foi o grande vencedor do Oscar 2012.  


Assistam ao trailer:


Cena final do filme: 

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